“Não há democracia se existe fome”, disse o Papa Francisco. Enaltecendo a reflexão do Santo Padre, com o tema “Fraternidade e fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14, 16), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou oficialmente, nesta Quarta-feira de Cinzas, 22 de fevereiro, a Campanha da Fraternidade de 2023.
É importante destacar que é a terceira vez que a Campanha da Fraternidade coloca em destaque o combate à fome. O tema foi trabalhado em 1975, com o lema “Repartir o pão” e em 1985, “Pão para quem tem fome”.
A iniciativa tem como objetivo sensibilizar os critãos, leigos e religiosos, para enfrentar o flagelo da fome, por meio de compromissos que transformem essa situação à luz do Evangelho de Jesus Cristo.
De acordo com a CNBB, no Brasil, “a fome não é simplesmente um problema ocasional, é um fenômeno social e coletivo, estrutural, produzido e reproduzido no curso ordinário da sociedade, que normaliza e naturaliza a desigualdade, é um projeto de manutenção da miséria em vista da perpetuação no poder. Há 125,2 milhões de brasileiros que nunca sabem quando terão a próxima refeição”, apontou.
Ainda segundo a CNBB, “o ser humano, contudo não tem só fome de comida, isto é, necessidade de alimento saudável e nutritivo, ele tem fome de justiça, necessita de relações justas que lhe garantam a sobrevivência; tem fome de cidadania, quer ser respeitado como cidadão, tendo seus direitos e sua participação garantidos; tem fome de beleza (…)”, destacou.
Para finalizar, a CNBB destaca com a Campanha da Fraternidade de 2023 que para combater a falta de alimentos e de acesso à água potável, é necessário agir sobre as causas que a provocam. Na origem deste drama estão, sobretudo, a falta de compaixão, o desinteresse de muitos e uma escassa vontade social e política de responder às obrigações internacionais.
A Igreja Católica convida a todos, cristãos, leigos e religiosos, a refletirem o problema da fome no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário