De acordo com dados divulgados esta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) de Roraima atingiu o valor de R$ 16 bilhões em 2020 e variação em volume de 0,1% em relação a 2019. Depois de Mato Grosso do Sul (com 0,2%), o Estado teve a segunda maior variação em volume entre as 27 unidades da Federação.
O PIB caiu em 24 das 27 unidades da federação em 2020, o ano inicial da pandemia de covid-19. Mato Grosso foi o único a mostrar estabilidade 0% no índice.
O setor agropecuário de Roraima apresentou o maior crescimento em volume entre três grupos de atividades econômicas locais, com elevação de 11,0%, aumentando sua participação na economia do Estado, que era de 5,5% em 2019, para 6,9% em 2020.
Esse crescimento foi impulsionado pelo desempenho na agricultura, inclusive as atividades de apoio à agricultura e a pós-colheita, que cresceram 15,2% no ano, com destaque para a soja, o cultivo de cereais e outros produtos de lavoura permanente, como o milho. Ainda na agropecuária, a atividade pecuária, além do apoio à pecuária, que apresentou crescimento de 6,7%.
“O agronegócio em Roraima tem impulsionado a economia com a geração de mais empregos, uma vez que a área plantada cresce a cada ano. Isso se dá as ações estruturantes promovidas pelo Governo do Estado, que regulariza as terras, emite o licenciamento ambiental, ou seja, dá condições ao pequeno, médio e grande produtor”, enfatizou o governador Antonio Denarium.
Para o secretário da Seadi (Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação), Emerson Baú, parte desses índices positivos são resultado do trabalho do governador Antonio Denarium no setor agropecuário, principalmente, com a regularização de terras e fortalecimento da área produtiva em Roraima.
“Isso passa no esforço de articular as transferências de terras da União para o Estado, na regularização fundiária, a aprovação do Zoneamento Ecológico-Econômico [ZEE] e as estruturações dos órgãos estaduais para agilizar e transparecer processos de licenças ambientais. Isso permite que o produtor tenha confiança”, afirmou Baú.
Ele destacou que o Governo trabalha para atrair investidores de forma a ampliar a capacidade de produção do Estado, além de valorizar as cadeias produtivas de forma com que o Estado não seja apenas um exportador de commodities.
COMÉRCIO
Outro ponto que teve crescimento econômico em Roraima foi o comércio. Isso por ser observado nas atividades de serviços, como comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, que cresceu 3,2% devido ao aumento do consumo vinculado à distribuição do auxílio emergencial, atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares, com variação de 8,6%.
Em todo o Brasil, durante a pandemia, a maior parte dos Estados teve queda, devido a restrições impostas pelo período, mas houve crescimento no comércio em Roraima.
Segundo o secretário-adjunto da Seplan (Secretaria de Planejamento e Orçamento), economista Fábio Martinez, esse fato pode ser interpretado pela perspectiva das políticas públicas e medidas econômicas exitosas do Governo de Roraima.
“Nesse sentido o Governo autorizou o parcelamento do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] e deu condições econômicas para que os empresários pudessem se sustentar naquele período mais fortes de restrições e mais adiante conseguissem se recuperar. Foi isso que aconteceu, tanto é que o comércio não teve queda em Roraima, ele cresceu”, afirmou.
PACOTE ECONÔMICO
Em 2020, o governador Antonio Denarium enviou à Assembleia Legislativa o projeto de lei que criou o Refis (programa de recuperação fiscal) para pessoas físicas e empresas para facilitar a regularização de tributos em atraso, como o ICMS e o ISS (Imposto Sobre Serviços).
Ainda em serviços, houve variação negativa nas atividades de transporte, armazenagem e correio (-13,8%) e alojamento e alimentação (-14,4%).
SETOR INDUSTRIAL EM CRESCIMENTO
“O setor industrial teve dois grandes pesos positivos em Roraima no período observado de 2020. Primeiro na parte de construção e nos serviços industriais e depois os serviços industriais de utilidade pública, que são aqueles relativos à fornecimento de água, de energia e coleta de lixo”, detalhou Martinez.
No Estado, houve aumento em volume de 2,5% para as atividades de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, com variação de 9,1% devido à geração e distribuição de energia elétrica.
A presidente do Sistema Fier (Federação das Indústrias de Roraima), Izabel Itikawa, comemora os dados positivos para a indústria roraimense, que contribuíram para o melhoramento do PIB. “A Fier trabalha com a ferramenta de planejamento estratégico e vem acompanhando o cumprimento dos seus objetivos relacionados ao fomento do crescimento industrial, por meio da criação de um ambiente favorável aos negócios, apoiado pela execução do programa do governo do estado Roraima 2030”, enfatizou.
Ela relaciona esse crescimento do PIB à sinergia entre as políticas governamentais e as demandas dos setores produtivos, faz com que o Estado desenvolva, impulsionando a geração de emprego, renda e riqueza para o povo roraimense.
O setor de construção teve alta de 3,6%, e as indústrias extrativas (que extrai recursos e insumos da natureza sem alterar suas características), cresceu 7,8%, impulsionada pela categoria da produção familiar, com 10,78%.
Além disso, o setor imobiliário cresceu 5,7%, influenciado principalmente pelo aumento de novas construções em geral e de residências para aluguel, de acordo com a Seplan.
SETORES PÚBLICO E PRIVADO
Outro destaque positivo é a redução da participação da administração pública na economia do estado de Roraima.
Os dados de 2020 mostram que a administração pública continua sendo a principal atividade econômica. Contudo, entre os três grupos, a de serviços foi a única que não registrou crescimento em volume (variação de -0,3%), devido à administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, atividade de maior peso na economia do estado, que no período atingiu a menor participação desde o início da série, em 2002: 45,0% (em 2019, era 47,7%).
“Isso mostra que, cada vez mais, o setor privado está aumentando a participação na economia local, crescendo mais do que os setores da administração pública”, completou o secretário-adjunto da Seplan.
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