O Índice de Permanência Domiciliar se encontra próximo de zero desde o mês de julho. Isso significa que a intensidade de circulação de pessoas nas ruas é similar à observada no período pré-pandemia. Os pesquisadores alertam, porém, que essa ausência de distanciamento físico reúne diversas formas de aglomeração, que vão desde o transporte público até atividades de comércio e lazer.
“Em qualquer dessas situações, há uma exposição prolongada de pessoas em espaços confinados. E isso ocorre com pouco mais de 40% da população com esquema vacinal completo”, adverte a Fiocruz.
Apesar de muitas pessoas em circulação já terem sido imunizadas, as vacinas não previnem completamente a infecção ou a transmissão do vírus, alerta o documento. Por isso, a recomendação dos especialistas é que, até que o país alcance um patamar ideal de cobertura vacinal, estimado em torno de 80%, as medidas de distanciamento físico e prevenção, bem como a adoção do passaporte vacinal, devem ser mantidas.
Os pesquisadores defendem também que atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação. Os cientistas que integram o Observatório Covid-19 avaliam que não é prudente, nem oportuno, “falar em prazos concretos e datados para o fim da pandemia”, mas em garantir que sejam tomadas as medidas necessárias para que esse dia possa se aproximar com maior rapidez.
Mortalidade
A mortalidade por covid-19, atualmente, gira em torno de 500 casos por dia. O boletim sinaliza queda expressiva em comparação ao pico registrado em abril, quando foram notificados mais de 3 mil óbitos diários. Mas, apesar da retração, os números ainda demonstram que a transmissão permanece, bem como a incidência de casos graves que exigem cuidados intensivos.
Ao longo da última semana, foi registrada média de 16.500 casos confirmados e 500 óbitos diários por covid-19. De acordo com o boletim da Fiocruz, isso mostra ligeira alta do número de casos (0,4 % ao dia) e queda no número de óbitos (0,7% ao dia). A circulação de pessoas nas ruas e a positividade de testes permanecem, contudo, elevadas.
Os pesquisadores salientam que o fluxo de notificação irregular pode levar a decisões por vezes inoportunas ou baseadas em dados atrasados e incompletos. Reforçam, porém, que a tendência de estabilidade ou redução desses indicadores, apesar das oscilações apuradas nas últimas semanas epidemiológicas, demonstra que a campanha de vacinação está atingindo um dos seus principais objetivos, que é a redução do impacto da doença, com menos óbitos e casos graves, embora sem o bloqueio da transmissão do vírus. A evolução dos óbitos e da cobertura vacinal chama atenção para o fato que as curvas têm direção oposta, indica o boletim.
Leitos de UTI
O boletim informa que na maioria dos estados, de acordo com dados coletados no dia 4 de outubro, as taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no SUS apresentam relativa estabilidade, com índices inferiores a 50%. O Espírito Santo, entretanto, se mantém na zona de alerta intermediário desde 20 de setembro e constitui a exceção mais preocupante, porque, apesar da manutenção no número de leitos, a taxa de ocupação é de 75%. O Distrito Federal, por sua vez, voltou à zona de alerta crítico, com 83%, depois de semanas promovendo a retirada de leitos covid-19.
Ainda de acordo com o boletim da Fiocruz, foram registrados pequenos aumentos nas taxas em Mato Grosso do Sul e Goiás. Esses dois estados tiveram também diminuições na quantidade de leitos abertos, o mesmo ocorrendo em Rondônia, Amazonas, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso.
Entre as capitais, o Distrito Federal (83%) está na zona de alerta crítico, segundo o boletim da Fiocruz, e quatro estão na zona de alerta intermediário: Porto Velho (65%), Vitória (73%), Rio de Janeiro (65%) e Porto Alegre (63%). Estão fora da zona de alerta 22 capitais: Rio Branco (2%), Manaus (52%), Boa Vista (45%), Belém (8%), Macapá (12%), Palmas (27%), São Luís (21%), Teresina (37%), Fortaleza (26%), Natal (25%), João Pessoa (14%), Recife (50%), Maceió (45%), Aracaju (16%), Salvador (24%), Belo Horizonte (50%), São Paulo (40%), Curitiba (57%), Florianópolis (44%), Campo Grande (31%), Cuiabá (33%) e Goiânia (42%).
Já entre as unidades da Federação, vinte e cinco aparecem fora da zona de alerta: Rondônia (34%), Acre (4%), Amazonas (27%), Roraima (45%), Pará (23%), Amapá (12%), Tocantins (33%), Maranhão (32%), Piauí (48%), Ceará (32%), Rio Grande do Norte (22%), Paraíba (17%), Pernambuco (50%), Alagoas (29%), Sergipe (16%), Bahia (27%), Minas Gerais (23%), Rio de Janeiro (46%), São Paulo (31%), Paraná (52%), Santa Catarina (39%), Rio Grande do Sul (54%), Mato Grosso do Sul (35%), Mato Grosso (35%) e Goiás (49%
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