Em Roraima, desde 2018, a CET (Central Estadual de Transplantes), vem realizando as primeiras captações de órgãos. Graças ao trabalho realizado nos anos seguintes, os desafios técnicos e logísticos foram superados, permitindo a captação de 18 órgãos e tecidos (córneas, rins e fígado).
De acordo com o coordenador da CET, Dr. Douglas Teixeira, qualquer pessoa pode decidir ser um doador de órgãos, sendo que em momento oportuno serão avaliadas a viabilidade e a compatibilidade do doador, permitindo assim que a captação e transplante aconteçam. Porém a tomada da decisão é o primeiro e fundamental passo a ser dado.
“Em situações específicas é possível ser um doador em vida, sendo mais frequente a doação de um dos rins para um familiar que necessite do transplante. Porém a maioria dos órgãos doados, são captados em caso de morte por lesões encefálicas após expressa autorização da família.”, explicou o coordenador.
O coordenador da CET, explica que a pandemia de Covid-19 obrigou todos os serviços de saúde a concentrarem os esforços disponíveis ao combate da doença. Isto refletiu negativamente no processo de doação de órgãos e transplante no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Por isso, é preciso que a população se conscientize da importância desse ato de solidariedade e avise aos seus familiares.
“Se você quer ser doador de órgãos, avise sua família. No Brasil, a doação de órgãos só é realizada mediante autorização familiar, de acordo com a legislação, sendo essa a única maneira legal de garantir efetivamente que a vontade do doador seja respeitada”, enfatizou.
Mais que um ato solidário, a doação é uma forma de amar
Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de um novo órgão.
Para o senhor Claudenilton Caetano, que é transplantado renal, a sua esperança de recomeço estava bem ao seu lado, pois a esposa foi sua doadora.
“Faz mais de 10 anos que precisei desse transplante e minha esposa foi minha doadora viva, o médico realizou a avaliação do histórico clínico, a compatibilidade sanguínea, entre outros testes especiais para selecionar ela”, explicou.
O transplante foi realizado em Fortaleza, e desde então tanto o seu Claudenilton Caetano, quanto sua esposa realizam acompanhamento na CET e no serviço transplantador.
O desejo de apoiar futuros transplantados e incentivar doadores foi tão grande que em 2018, o casal fundou a Astrar (Associação de Transplantados e Amigos do Estado de Roraima).
“Quando descobri a doença renal crônica, sofri bastante, mas graças a Deus e à minha família que sempre esteve comigo, eu venci essa batalha. Por isso, esse mês de setembro é tão importante para reforçar a doação de órgãos. E é por isso que eu digo: converse com seus familiares e diga que você quer ser um doador, tanto a Astrar quanto a Central então aqui para dar todo o apoio a quem precisa”, enfatizou.
Saiba mais sobre a doação de órgãos
A Central Estadual funciona em conjunto com as comissões intra-hospitalares de doações de órgãos.
No Estado, essa comissão é composta por médicos do HGR (Hospital Geral de Roraima) e Hospital da Criança Santo Antônio, que são os hospitais notificadores e captadores, com a coordenação e monitoria de todo o processo pela CET de Roraima que integra o SNT (Sistema Nacional de Transplantes).
As Centrais Estaduais integradas ao SNT realizam todo o acompanhamento, distribuição, avaliação e logística para que o órgão possa ser transplantado.
“Quem tiver interesse em saber mais sobre o tema e tirar dúvidas pode procurar a equipe da Central, que está sempre de portas abertas para receber a comunidade e falar mais sobre esse tema tão importante”, finalizou o coordenador.
As atividades funcionam anexas ao prédio do TFD (Tratamento Fora de Domicílio), localizado na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 1364/2, Bairro Aeroporto. O atendimento ao público é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h
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