Roraima está muito perto de alcançar o status de livre da febre aftosa sem vacinação. Mas para que isso aconteça, é preciso que todos os criadores de gado do Estado vacinem seu rebanho contra a doença. A 41ª campanha de vacinação contra a febre aftosa termina no dia 30 de abril.
A Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima) alerta os produtores rurais para que fiquem atentos ao calendário de vacinação, pois é importante intensificar o trabalho com as vacinas dos animais para não perder o prazo e ser multado. Nesta etapa, o pecuarista precisa vacinar todo o rebanho, independente da idade.
A declaração de notificação da vacina termina em 15 de maio, prazo que também é importante ser obedecido para evitar penalidades e contratempos desnecessários. Conforme o presidente da Aderr, Kelton Lopes, a vacinação do rebanho e a notificação são imprescindíveis para a manutenção de Roraima como área livre de febre aftosa e continuar evoluindo para a retirada futura da vacina.
“O produtor precisa agilizar a vacinação, pois o prazo final está se aproximando e não haverá prorrogação. Então, é importante que o produtor não deixe para a última hora para evitar imprevistos. Caso não vacine seu rebanho, será multado”, alertou.
Há vacinas disponíveis no mercado
Segundo o empresário Renato da Garrote, proprietário de uma loja agropecuária local, a comercialização das vacinas está dentro das expectativas. Ele informou que já foram vendidas mais de 200 mil doses e que há estoque suficiente para atender até o dia 30 de abril.
“A maior procura foi nos primeiros 15 dias. Apesar das chuvas constantes nesse período, houve muita aquisição do produto. A gente vê que a cada campanha de vacinação, junto com a boa divulgação que sempre é feita, o produtor está mais ciente e por isso mais comprometido. Eles sabem que para a gente erradicar a doença é necessário a ajuda de todos”, disse Renato.
Na loja, é possível observar a movimentação constante de produtores chegando com suas caixas de isopor, item obrigatório para adquirir e transportar a vacina. Sem a caixa térmica, a loja está proibida de vender. Morador da vicinal 3 da Confiança, no Cantá, o criador Paulo César disse que inicia a imunização do seu rebanho nesta quinta-feira, 22.
“Estou aqui comprando as vacinas para amanhã começar a vacinar meus animais. O pessoal está seguindo a campanha, porque sabe que tem que cuidar dos bichos para não adoecerem e causar prejuízo grande para todo mundo”, afirmou.
Criador deve ficar atento aos sintomas da aftosa
Os principais sintomas da febre aftosa são
feridas na boca, nas tetas e no casco. Os animais doentes salivam em excesso e
andam com dificuldade. Por não conseguir se alimentar, o gado contaminado
apresenta enfraquecimento e perda de peso. Muitas doenças apresentam sintomatologia
semelhante à febre aftosa, por isso, a notificação imediata desses sinais
clínicos deve ser feita nas UDAs (Unidades de Defesa Agropecuária), que colherá
material adequado para o diagnóstico em laboratório.
Em 1998, o Brasil recebeu o primeiro reconhecimento de zona livre de febre aftosa, obtido com a vacinação em massa nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Roraima recebeu o reconhecimento internacional de área livre com vacinação em maio de 2018. O último caso de registro da doença ocorreu em 2001, no município de Caroebe.
Cuidados com o rebanho
– Comprar as vacinas somente em lojas registradas;
– Verificar se as vacinas estão na temperatura correta: entre 2°C e 8°C;
– Para transportá-las, usar uma caixa térmica, colocar três partes de gelo para uma de vacina e lacrar;
– Manter a vacina no gelo até o momento da aplicação;
– Escolher à hora mais fresca do dia e reunir o gado.
– Lembrar que deve ser vacinado todo o rebanho;
– Durante a vacinação, manter a seringa e as vacinas na caixa térmica e usar agulhas novas, de preferência do tamanho 15mm por 18mm, limpas;
– Lembrar que a higiene e a limpeza são fundamentais;
– Agitar o frasco antes de usar e aplicar a dosagem certa em todos os animais (2ml);
– Aplicar na tábua do pescoço, embaixo da pele, com calma;
– Preencher a declaração de vacinação e
entregá-la nas UDAs e no EAC (Escritório de Atendimento à Comunidade), junto
com a nota fiscal de compra da vacina.
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