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O casal de refugiados Rafael e Heloísa com os filhos 

O que parecia um pesadelo para os refugiados venezuelanos que tiveram que deixar seu país por conta da crise política que deixou a maioria da população na miséria, ganhou um novo contexto com o apoio oferecido no Estado de Roraima, pelas agências de ajuda humanitária, as quais junto com entidades governamentais e Operação Acolhida, estão proporcionando auxilio humanitário as famílias em situação de vulnerabilidade social.

Em Roraima, primeiro país brasileiro que os refugiados têm contato após cruzar a fronteira com a Venezuela, contam com o apoio dos militares que integram a Operação Acolhida, juntamente com as agências de auxílio a imigrantes, que os acolhem e oferecem todo o suporte até que consigam se estabelecer, a exemplo do trabalho desenvolvido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), estabelecido no Estado, desde o inicio da crise política que modificou a rotina de milhares de venezuelanos.

Tendo como principal missão, assegurar os direitos e o bem-estar dos refugiados, sendo também um dos responsáveis pela garantia do direito ao refúgio seguro em outro país das famílias que se encontram em extrema situação de vulnerabilidade social, o ACNUR, auxiliou inúmeros imigrantes a buscarem em outros Estados brasileiro a oportunidade de oferecer dignidade a seus familiares, com a possibilidade da interiorização, onde foram contabilizados até o mês de maio de 2020, mais de 9 mil venezuelanos interiorizados para 24 Estados da federação.

“Deixamos tudo para traz em busca de dias melhores”, relata família de imigrantes

O recomeço sempre é muito difícil, ainda mais para a família de Rafael Hernández e Heloisa Gonzalez, onde juntamente com os quatro filhos menores, se aventuraram da cidade de Ciudad Bolívar, até a fronteira com o Estado de Roraima, no município de Pacaraima, oportunidade em que relataram estar passando por uma situação de extrema miséria sem ter como prover a alimentação de seus familiares e de seus pais que são idosos.

“Na Venezuela, tínhamos casa, trabalho, carro, economias e outros bens. Foi doloroso abandonar tudo e nos aventurarmos dias e dias na estrada pedindo carona e contando com a ajuda de pessoas desconhecidas que pelo fato de verem as crianças, nos ofereciam auxílio. A oportunidade de melhoria nos foi oferecida desde o momento que cruzamos a fronteira e fomos recepcionados pelos agentes humanitários, e saímos da condição de miséria em que nos encontrávamos. Sabemos que o recomeço não é fácil, mas temos esperança de um dia voltar ao nosso país e reencontrar nossos familiares”, desabafou Rafael.  

Já sua esposa Heloísa, disse que há poucos dias do nascimento do seu bebê, em alguns momentos pensou em desistir, mas a vontade de buscar uma vida melhor para sua família, foi a motivação para enfrentar todo o sofrimento. “Era muito triste e doloroso ver nossos filhos chorarem de fome e não ter condições de comprar nenhum alimento, tivemos inúmeras vezes que contar com a solidariedade das pessoas. Em alguns momentos deixamos de comer para alimentá-los, me emociono todas as vezes em que me lembro desse fato. Aqui fomos acolhidos e nossa realidade é totalmente diferente de quando chegamos, graças ao apoio da ACNUR”, relatou.

AÇÕES SOCIAIS ABRANGEM CRIANÇAS

Juntamente com o apoio oferecido pelas agências humanitárias, o governo de Roraima, oferece o suporte as crianças em situação de vulnerabilidade social e desacompanhadas de seus familiares, as quais são institucionalizadas nos abrigos mantidos pela Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes).

Segundo a titular da pasta, Tânia Soares, com a parceria firmada com as agências de proteção humanitária, foi possível garantir um trabalho de inclusão e propiciar um ambiente acolhedor as crianças e adolescentes.

“Apesar de estarem nos abrigos, temos ainda uma missão a cumprir, possibilitar o restabelecimento dos laços familiares destas crianças, que perderam seus vínculos por uma série de fatores ocasionado por este processo da imigração. Nosso esforço é para a concretização desta meta, enquanto não ocorre, com a parceira com as demais instituições parceiras e agências, estamos proporcionando esta garantia à atenção e cuidados conforme está previsto em nossa constituição federal”, destacou.


 

Função Principal da ACNUR é a garantia do caráter

Um dos escopos da linha prioritária do Estatuto do ACNUR, é a garantia do atendimento humanitário e estritamente apolítico do seu trabalho, e define  como competência da agência assistir a qualquer pessoa que encontra-se fora de seu país de origem e não pode regressar ao mesmo, como é o caso dos imigrantes venezuelanos.

O povo chefiado atualmente por Nicolas Maduro, sofre uma das piores crises políticas, e por esta razão sofrem inúmeras perseguições. Mas é necessário contextualizar que não é somente a Venezuela, outros países também passam por situações extremas de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política. Posteriormente, definições mais amplas do termo refugiado passaram a considerar quem teve que deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos, ocasionando assim os inúmeros atendimentos oferecidos pela ACNUR.

Atualmente, estima-se que mais de 43 milhões de pessoas estão dentro do interesse do ACNUR, entre solicitantes de refúgio, refugiados, apátrias, deslocados internos e repatriados. Estas populações estão distribuídas em todos os continentes, e com as parcerias com as demais instituições governamentais e não governamentais, é possível atender esta população.

 

 

 


 

Um comentário:

  1. Excelente, retratou muito bem o contexto das ações humanitárias desenvolvidas em Roraima pelas instituições de apoio aos imigrantes! Um notável matéria, meus parabéns!!!!!

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