Com o lema ‘Por direitos e democracia, a
luta é todo dia!’, o tradicional Grito dos Excluídos e das Excluídas busca este
ano enfatizar que a vida está em primeiro lugar, o que significa que toda
política pública é um direito que precisam ser reivindicado pelo povo. O evento
acontece sempre no Dia da Independência - 7 de setembro – organizado por
movimentos sociais, sindicatos e pastorais sociais da Diocese de Roraima.
O evento é aberto a todos que se sintam
usurpados pelo poder político-econômico, além disso, o Grito – ato pacífico que
ocorre em todas as capitais - tem a pretensão de convocar a população para
resistir à retirada de direitos sociais de um governo golpista.
A 23ª marcha do Grito de Roraima inicia
às 7h, com uma caminhada perto do monumento do Garimpeiro, na Praça Centro
Cívico. Terá manifestação pacífica (gritos verídicos) junto com os moradores do
bairro Caetano Filho, em frente da Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça
e miniterminal do Centro. O ato público encerra no anfiteatro atrás do
miniterminal com apresentações culturais.
Para o coordenador das Pastorais
Sociais, irmão Danilo Bezerra, o Grito provoca todos a serem profetas na
denúncia da corrupção e dos projetos de lei que vêm para usurpar os direitos
nas esferas municipal, estadual e nacional; no anúncio da justiça social e da
vida; no testemunho da unidade entre os movimentos e organizações que sonham
com outros mundos possíveis. “Não podemos ficar calados diante de políticos
corruptos dos municípios de Roraima e do Brasil, que sem dó e piedade, usurpam
o poder em vista dos seus próprios interesses”, disse.
“Em Roraima, vamos às ruas gritar com os
indígenas e seus direitos; pelos direitos trabalhistas; pelo direito à terra
junto aos camponeses e pequenos agricultores; com os imigrantes e suas
demandas; pelo meio ambiente, a criação; pela segurança pública; Por saúde e
educação de qualidade; contra o tráfico
humano; pela moradia e todo tipo de
violência”, pontuou o coordenador.
O bispo de Roraima, Dom Mário Antônio,
corroborou com as afirmações de Bezerra. “São muitas as conquistas sociais que
foram efetivadas ao longo da história do nosso país a partir da participação
popular, e o Grito dos Excluídos faz parte dessa história. Mas estamos vivendo
um momento de desesperança evidenciado pela corrupção, por ameaças e perdas de
direitos já conquistados”, avaliou.
O bispo lembrou-se das palavras ditas
pelo Papa Francisco na sua Encíclica “a alegria do Evangelho, chega a dizer:
não deixemos que nos roubem a esperança, por isso, talvez todos nós nos
perguntemos o que fazer diante da atual situação”.
Segundo Dom Mário, o cristão e a pessoa
comprometida com a vida jamais podem perder a esperança de sonhar e trabalhar
na confiança de outros mundos possíveis, onde não haja injustiça e no qual
sejam partilhados os frutos da terra e do trabalho humano.
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